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Lição 10 – MARCOS 13 – O Servo Revela o Futuro

24 de November de 2024

Lição 10 – MARCOS 13 – O Servo Revela o Futuro

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Marcos 13 há 37 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 13.1-23 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia. Olá, professor(a)! Neste encontro, vamos estudar o Sermão Profético. Veremos o cuidado pastoral de Jesus revelado nos avisos que nos deixou acerca do que ocorrerá antes da sua volta.

No tempo em que vivemos, cheio de tantas situações extremas, o cristão precisa “ler” os acontecimentos atuais à luz das profecias deste sermão. Apesar de profetizar um tempo de dores, Jesus nos encorajou ao garantir que em tudo somos capacitados pelo Espírito e que, ainda que haja sofrimento, o maligno nunca prevalecerá.

Aleluia! Por serem profecias de sentido reiterado, certamente ainda se cumprirão. Quanto a nós, permaneçamos firmes a fim de alcançarmos a glória reservada aos que forem fiéis.

OBJETIVOS

  • Anunciar com altivez as profecias de Jesus, para que muitos creiam.
    • Praticar uma fé madura, capaz de reconhecer os sinais profetizados.
    • Cultivar uma fé ativa em favor dos irmãos até que tudo seja cumprido.

PARA COMEÇAR A AULA

Os temas escatológicos merecem tratamento cuidadoso. Comece explicando aos irmãos que algumas profecias podem ter sentido reiterado, ou seja, que algumas podem ter se cumprido no passado, mas, ainda assim, tornarão a se cumprir. Fatos como o sacrilégio cometido por Antíoco são apenas figuras do que ainda virá. Mostre aos irmãos que o crente maduro observa atentamente os fatos históricos atuais com prudência e crendo que muitos anunciam a próxima vinda de Jesus.

LEITURA ADICIONAL

“Sem dúvida, as tribulações fazem parte da vida de todos os homens, desde o dia em que Adão pecou. Essas tribulações vieram junto com os espinhos e abrolhos. (…) Todavia, há tribulações especiais, às quais os crentes em Jesus Cristo estão sujeitos; e foi acerca dessas tribulações que nosso Senhor os advertiu claramente. Os crentes devem esperar tribulações da parte do mundo. Eles não podem esperar ajuda da parte de ‘governadores e reis´. Eles descobrirão que suas maneiras de agir e suas doutrinas não os favorecem perante as autoridades.

Pelo contrário, com frequência serão encarcerados, espancados e conduzidos à presença dos juízes, como se fossem malfeitores, sem qualquer outro motivo senão a dedicação ao evangelho de Cristo. Os crentes devem esperar tribulações da parte de seus próprios parentes. (…) As pessoas de seu próprio sangue e de sua própria carne, com frequência, haverão de se esquecer de amar os crentes, porquanto odeiam a religião deles. Assim, em muitos casos, os crentes descobrirão que a inimizade da mente carnal contra Deus é mais forte do que os próprios laços de família e sangue.

Faríamos bem em entesourar no coração essas instruções e ‘calcular o custo’ de sermos crentes. Não devemos pensar como coisa estranha se a nossa religião traz consigo algumas amarguras. (…) precisamos estar preparados para enfrentar certa dose de dificuldades se somos crentes verdadeiros e decididos. Devemos contentar-nos em ter de enfrentar a chacota, o ridículo, a zombaria, a calúnia e até mesmo as perseguições. Às vezes, temos de ouvir palavras duras e desagradáveis de nossos parentes mais próximos e queridos. O ‘escândalo da cruz’ ainda não cessou. ‘O homem natural não aceita as coisas do espírito de Deus, porque lhe são loucura’ (1Co 2.14).

Aqueles que ‘nasceram segundo a carne’ perseguirão aqueles que nasceram ‘segundo o Espírito’ (Gl 4.29). A maior coerência na vida não será capaz de impedir isso. Se já nos convertemos, então nunca nos devemos surpreender ao descobrir que somos odiados por causa de Cristo”. Livro: Meditações no Evangelho de Marcos (RYLE, John Charles. 2. ed., São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2018, pp. 234-235).

TEXTO ÁUREO

“Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.” Mc 13.13

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO

Marcos 13.1-23

VERDADE PRÁTICA

A glória da volta de Jesus é maior do que qualquer perseguição que enfrentemos por causa do Evangelho.

INTRODUÇÃO
I- PRINCÍPIO DAS DORES Mc 13.1-13
1-
 Destruição do templo e queda de Jerusalém Mc 13.2
2– Engano, guerras e calamidades naturais Mc 13.8
3– Perseguição e dissoluções familiares Mc 13.13
II- A GRANDE TRIBULAÇÃO Mc 13.14-23
1
– Sacrilégio Mc 13.14a
2– Desespero Mc 13.14b
3– Angústia Mc 13.19
III- A VINDA DO FILHO DO HOMEM Mc 13.24-37
1
– Retorno em glória Mc 13.26
2– A lição da figueira Mc 13.28
3– Exortação à vigilância Mc 13.37
APLICAÇÃO PESSOAL

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Marcos 13.7
Terça – Marcos 13.11
Quarta – Marcos 13.27
Quinta – Marcos 13.31
Sexta – Marcos 13.32
Sábado – Marcos 13.35
Hinos da Harpa: 323 – 74

INTRODUÇÃO

No capítulo 13 de Marcos, temos o famoso Sermão Profético ou Sermão do Monte das Oliveiras (v. 3). Nele, Jesus profetiza a inesperada destruição do templo e a trágica queda de Jerusalém. Porém, ao longo da narrativa, esses eventos servem também como poderosas figuras escatológicas, ou seja, sinalizações para eventos que ocorrerão ao final dos tempos.

I- PRINCÍPIO DAS DORES (Mc 13.1-13)

1- Destruição do templo e queda de Jerusalém (Mc 13.2) Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.

Uma obra de restauração e ampliação do templo começou antes do nascimento de Jesus, no governo de Herodes, o Grande, que buscava apoio político dos judeus. Quando do discurso profético, esse trabalho no templo ainda não estava finalizado, mas sua exuberância já era marcante, sendo motivo de grande orgulho para os judeus (v. 1b; Lc 21.5). De fato, à época, o templo de Jerusalém figurava entre as mais formidáveis construções da antiguidade.

Todavia, a expressão “ao sair Jesus do templo” (v. 1a), mais que mera descrição física, simboliza uma definitiva ruptura espiritual lembrar, já havia sido condenado como “covil de ladrões” (Mc 11.17) e simbolizado por uma figueira que secou desde a raiz (Mc 11.12-20). Sua magnífica beleza exterior contrastava com sua terrível podridão espiritual. Era chegado o momento de Jesus profetizar sua destruição, literalmente.

De fato, em 70 d. C., Jerusalém foi duramente tomada pelas forças do comandante romano Tito. O templo foi destruído, a cidade ficou em ruínas e inúmeros judeus perderam suas vidas.

2- Engano, guerras e calamidades naturais (Mc 13.8) Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores.

Do alto do Monte das Oliveiras, defronte do templo, os quatro discípulos que Jesus chamou por primeiro (Mc 1.16-20) pedem ao Servo, em particular, mais detalhes sobre essa chocante profecia. Apenas Marcos cita seus nomes (v. 3-4). Os discípulos querem conhecer o futuro, mas Jesus os direciona com firmeza para o presente: “Vede que ninguém vos engane” (v. 5). O Servo alerta seus discípulos sobre personagens que aparecerão com aparência messiânica, enganando a muitos (v. 6).

Portanto, a primeira grande ameaça destacada por Jesus seria interna, dentro da própria família de fé. Em seguida, Jesus menciona desavenças humanas e calamidades naturais: guerras, rumores de guerras, terremotos e fomes (v. 7-8). Ameaças que atingirão a crentes e não crentes. A menção a “princípio das dores” é impactante, pois remete às dores de parto, espécie das mais aflitivas – e tudo isso será só o “início” dessas dores.

3- Perseguição e dissoluções familiares (Mc 13.13) Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.

Jesus também profetiza duras perseguições a cristãos (v. 9 e 13). Por todos os lados: de judeus e gentios, de autoridades religiosas e seculares (v. 9) e mesmo de familiares (v. 12). Afinal, o servo não é maior que seu senhor (Jo 15.20). Mateus narra mais dois elementos: multiplicação da iniquidade e esfriamento generalizado do amor (24.12). Longe de qualquer sucesso imediato, com primazia da verdade e paz, Jesus estava alertando a seus seguidores que deveriam esperar exatamente o contrário: engano, guerras, frieza e perseguição.

Chegou a hora de cada cristão carregar a sua própria cruz (Mc 8.34). Todavia, Jesus nos presenteia com três promessas consoladoras: a) as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, pois o Evangelho será pregado a todas as nações (v. 10; Mt 16.18b); b) seremos especialmente ajudados pelo Espírito Santo nos momentos mais difíceis (v. 11); c) aqueles que permanecerem fiéis até o fim colherão gloriosa recompensa (v. 13).

II- A GRANDE TRIBULAÇÃO (Mc 13.14-23)

1- Sacrilégio (Mc 13.14a) Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar…

“Abominável da desolação” ou “sacrilégio assolador” são termos que remontam ao Profeta Daniel (9.27, 11.31 e 12.11), referindo-se à profanação do templo de Jerusalém (Mt 24.15), liberando sofrimentos de magnitude indescritível ao povo judeu. Em seu contexto original, referia-se à ação do excêntrico general sírio Antíoco Epifânio que, em 167 a.C., erigiu um ídolo a Zeus no templo e sacrificou um porco no altar do holocausto. Alguns fatos históricos poderiam ser apontados como cumprimento dessa profecia:

  1. a) entre 67-68 d.C., os zelotes assumiram o controle do santuário e nomearam pessoa desqualificada como sumo sacerdote (Fanias), permitindo o cometimento de homicídios dentro do santuário;
    b) em 70 d.C., quando Jerusalém foi destruída, Tito e seus soldados entraram no santuário, inclusive trazendo seus estandartes para dentro do templo.

É provável que essa profecia seja de cumprimento complexo e reiterado, referindo-se a essas evidentes profanações do templo, todavia também apontando para tristes eventos relacionados ao fim dos tempos, no cenário do anticristo (Ap 13; 2Ts 2.3-4).

2- Desespero (Mc 13.14b) …Os que estiverem na Judéia, fujam para os montes.

Jesus profetiza que o sacrilégio desolador desencadeará uma onda de desespero geral, com fuga às pressas. Neste ponto, rememorar elementos histórico-culturais ajudará a dar mais sentido às palavras do Servo. Com efeito, naquela região, os montes eram um seguro refúgio para abrigar fugitivos, pois repletos de cavernas (v. 14b). A cobertura das casas da época era plana e podia ser usada para receber visitas, fazer refeições, conversar com vizinhos e até orar (Mc 2.4; At 10.9).

Como o acesso a essa área dava-se por uma escada exterior, em caso de fuga repentina, não se teria tempo para acessar o interior da casa para levar consigo algum objeto (v. 15). Da mesma forma, aquele que estivesse no campo não deveria voltar em casa nem para pegar sua capa, manto externo essencial para proteção contra o frio, à noite (v. 16).

Igualmente, gestantes e lactantes não conseguiriam correr rápido o suficiente para escapar da invasão (v. 17). Ademais, no inverno, além da escassez de provisões, o clima é frio e chuvoso, quando os vales e o próprio rio Jordão estão cheios, dificultando deslocamentos (v. 18).

3- Angústia (Mc 13.19) Aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo.

A catástrofe que se abateu sobre Jerusalém em 70 d.C. representa uma poderosa figura escatológica dos eventos que advirão com a grande tribulação, no fim dos tempos (Dn 12.1), quando as circunstâncias serão tão horrendas que não haverá episódio anterior ou posterior sequer comparável (v. 19; Ap 9.6) – a tal ponto que, se Deus não operasse intervenção abreviadora, por causa dos eleitos, ninguém se salvaria” (v. 20).

Tem continuidade a advertência sobre falsos profetas que realizam sinais e maravilhas para enganar, se possível, os próprios eleitos (v. 22). Jesus encerra este tópico com um sonoro chamado para ficarmos alertas (v. 23). O crente verdadeiro não se preocupa em prever o futuro, mas em ser fiel e perseverante no presente (v. 13), vivendo com sobriedade e vigilância (1Ts 5.6; 1Pe 5.8).

III- A VINDA DO FILHO DO HOMEM (Mc 13.24-37)

1- Retorno em glória (Mc 13.26) Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.

Os eventos da tribulação culminarão em um completo colapso cósmico e caos mundial (v. 24-25; Lc 21.25-26; 2Pe 3.10), sinais esses preditos pelos profetas (Is 13.10; Jl 2.10). Em seguida, Jesus voltará à terra não mais como servo sofredor depositado em singela manjedoura (Mc 10.45; Lc 2.7), mas com grande poder e glória, envolto em nuvens (v. 26; Dn 7.13-14). Recorde-se que, no Antigo Testamento, em geral, as nuvens simbolizam a presença da glória de Deus (Êx 16.10).

A relevância universal de Cristo também será evidenciada com um maravilhoso ajuntamento dos eleitos, outrora dispersos por vastas regiões, mas que serão reunidos com Jesus (v. 27; 2Ts 2.1). Essa dispersão humana gloriosamente unificada em Jesus espelha a imensa complexidade e diversidade da própria criação, cujo ponto de convergência também é Cristo (Ef 1.10).

Apesar da severidade das perseguições e da tragicidade dos acontecimentos, o povo de Deus sempre nutrirá viva esperança em relação ao futuro. Afinal, nosso Senhor continua com as rédeas da história em suas poderosas mãos (Ap 1.8). A história não termina em catástrofe: Jesus é o Princípio, mas também é o Fim (Ap 22.13).

2- A lição da figueira (Mc 13.28) Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.

Jesus volta ao assunto da queda de Jerusalém (“estas coisas” – v. 29), valendo-se da figueira, mais uma vez (Mc 11.13-14), como valioso instrumento pedagógico. Afirma que quando seus ramos se renovam e suas folhas brotam, está próximo o verão. Assim, “quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas” (v. 28-29). Ora, a maioria das árvores da Terra Santa não sofre mudanças ao longo das estações do ano. A figueira, porém, só revela suas folhas ao final da primavera, quando o tempo quente se aproxima.

Assim como a figueira é uma ótima referência para identificar estações do ano, esses preocupantes sinais apontarão para a iminência da vinda de Cristo. A autoridade profética do Servo prossegue em pleno exercício ao decretar, inclusive, que já aquela própria geração testemunharia tamanha ruína (v. 30). De fato, Jerusalém foi destruída pelo exército romano cerca de 40 anos depois dessas palavras – à época, exatamente o tempo médio de uma geração (Nm 32.13).

3- Exortação à vigilância (Mc 13.37) O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!

Jesus não desejava que seus discípulos perdessem tempo com conjecturas sobre o futuro; antes, advertiu-os a permanecerem focados em suas responsabilidades do presente. Por isso, o Servo encerra o Sermão do Monte das Oliveiras com dois importantes esclarecimentos:
a) devemos ter plena confiança em sua palavra, pois ela sempre se cumpre (v. 31; Is 55.11);
b) os eventos descritos terão consumação repentina, sendo que datas precisas estão escondidas no coração do Pai, exclusivamente (v. 32; At 1.6-7).

A propósito, esta é a única passagem de Marcos em que Jesus se chama de “Filho” (v. 32) – por mais paradoxal que seja, para afirmar seu desconhecimento quanto a algo. O capítulo inicia com um pedido de esclarecimentos (v. 4), todavia finda com uma expressiva nota de mistério. Nessa incômoda mistura de certezas e incertezas, o que fazer? Nosso Senhor nunca nos deixa desorientados. Quanto ao que virá, Jesus assume a postura humilde de reconhecer limitações humanas e se submeter por completo à soberania do Pai (v. 32), dando-nos o exemplo de como proceder (Fp 2.5-6).

Por fim, exorta-nos à constante vigilância (v. 33, 35 e 37). Jesus virá de surpresa, pelo que devemos estar sempre despertos e atentos (v. 34- 36). Como se vê, no capítulo 13 de Marcos, o objetivo central do Servo não é transmitir conhecimento sobre o futuro, mas exortar seu povo à obediência, aqui e agora.

APLICAÇÃO PESSOAL

O mundo jaz no maligno e as circunstâncias tendem a se agravar no futuro. Nada obstante, por mais dura que possa ser nossa realidade, devemos permanecer firmes e vigilantes até a gloriosa volta de nosso Salvador.

 

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