SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Marcos 9 há 50 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 9.2-29 (5 a 7 min.).
A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
A Paz do Senhor, professor (a)! Nesta lição, vamos acompanhar os momentos de preparação de Jesus para a cruz. Veremos como o Pai conforta seu Filho de forma maravilhosa, prenunciando a glória que viria após as dores.
Como imitadores do Cristo, precisamos atravessar vales se quisermos chegar ao monte; ser os últimos em tudo, se quisermos ser os primeiros. Ninguém atravessa a vida cristã sem obstáculos, ninguém vence os obstáculos sozinhos.
Precisamos de Jesus, pois ele é o nosso socorro, aquele a quem devemos buscar em incessante oração. Na vida diária, cultivemos uma fé prática que se mostra na nossa disponibilidade de servir como os menores empregados do Reino.
OBJETIVOS
PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), nesta lição, temos a oportunidade de aprender que a vida cristã exige humildade e atitude. Para vencer batalhas espirituais precisamos cultivar uma rotina de oração, mas o jejum também nos ensina a procurar mais a glória do céu do que os prazeres terrenos. É por essa disciplina que o espírito se fortalece e resplandece na atitude prática de servir com disponibilidade e fé genuína. Ensine aos seus irmãos que apenas os que renunciarem a si mesmos verão Jesus na plenitude de sua glória.
TEXTO ÁUREO
As suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. ” Mc 9.3
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO
VERDADE PRÁTICA
O discípulo de Cristo deve cultivar uma vida de serviço humilde e abnegado e não de busca de elogio humano.
INTRODUÇÃO
I- O SERVO É TRANSFIGURADO Mc 9.1-8
1- Brilho incomparável Mc 9.2
2– Presenças ilustres Mc 9.4
3– Entendimento limitado Mc 9.5
II- O PODER DA FÉ GENUÍNA Mc 9.9-32
1– Correção teológica Mc 9.11
2– Reação demoníaca Mc 9.17
3– Disciplina espiritual Mc 9.24
III- O SERVIÇO LEVA À HONRA Mc 9.33-50
1– Vaidade e ambição Mc 9.33
2– Humildade e tolerância Mc 9.35
3– Renúncia e santidade Mc 9.43
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Marcos 9.7
Terça – Marcos 9.23
Quarta – Marcos 9.29
Quinta – Marcos 9.31
Sexta – Marcos 9.39
Sábado – Marcos 9.40
Hinos da Harpa: 20 – 192
INTRODUÇÃO
Chegamos à segunda metade do Evangelho de Marcos. A partir de agora, o Servo de Deus marchará firmemente em direção à cruz. Neste capítulo 9, Jesus manifesta um vislumbre da beleza da sua glória, ensina sobre o poder da fé genuína e corrige o rumo de corações egoístas. Para tanto, em cada evento, preciosos segredos de seu Reino são revelados.
I- O SERVO É TRANSFIGURADO (Mc 9.1-8)
1- Brilho incomparável (Mc 9.2) Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles.
Seis dias depois da confissão de Pedro e da revelação da natureza sacrificial do discipulado (Mc 8.29-38), Tiago, João e Pedro estavam com o Servo em um “alto monte” (v. 2).
Na ocasião, Jesus foi transfigurado diante deles, a ponto de suas vestes refletirem um brilho incomparável (v. 3). Mateus refere que o rosto de Jesus resplandecia como o sol (Mt 17.2).
Não fazia muito, Jesus chamara seus opositores de “hipócritas” (Mc 7.6) – termo que remete ao cenário teatral, onde o uso de máscaras expressa simples mudança exterior, sem equivalência interior.
A transfiguração, porém, retratou o oposto: exterior refletindo o interior (Jo 8.12). Séculos antes, Deus revelou sua glória a Moisés no Monte Sinai, a ponto de seu rosto resplendecer (Êx 34.29).
Os “seis dias” representam outro paralelo de Marcos com esse evento central da história de Israel (Êx 24.16).
Diferentemente, porém, Moisés refletiu a glória de Deus, ao passo que Jesus refletiu sua própria glória (Jo 1.14).
2- Presenças ilustres (Mc 9.4) Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus.
Personagens de destaque estavam presentes na transfiguração de Jesus, tudo a proclamar profundas verdades espirituais. De fato, Moisés e Elias ali compareceram e dialogavam com o reluzente Servo (v. 4).
O tema da conversa é revelado exclusivamente por Lucas: a “partida” de Jesus para Jerusalém (do grego êxodos, “saída” – Lc 9.30- 31). Ou seja, a morte, ressurreição e ascensão de Jesus representaria a grande libertação da humanidade no Novo Testamento, assim como o êxodo do Egito representou a libertação no Antigo Testamento. Ademais, Moisés representava a lei, enquanto Elias retratava os profetas – dois elementos centrais na história do povo judeu (Ml 4.4- 5) que se cumpriram em Jesus (Mt 5.17). Igualmente, Moisés morreu e foi sepultado (Dt 34.5-6), mas Elias foi arrebatado (2Rs 2.11). Assim, suas presenças também apontam para o fato de que Jesus, quando voltar, ressuscitará os corpos dos que já morreram no Senhor e arrebatará os santos que estiverem vivos (1Ts 4.13-18).
3- Entendimento limitado (Mc 9.5) Então, Pedro, tomando a palavra, disse: Mestre, bom é estarmos aqui e que façamos três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, e outra, para Elias.
Pedro, Tiago e João estavam no monte da transfiguração testemunhando a glória de Deus.
Todavia, não alcançaram as alturas espirituais do evento. Pedro, impulsivamente, fala a primeira coisa que lhe vem à mente, propondo a construção de três tendas, igualando a Jesus com Moisés e Elias (v. 5) – embora somente Jesus tenha se transfigurado (v. 2). Com isso, demonstrou pouco discernimento quanto ao verdadeiro significado daquele santo colóquio. O Pai, que também estava presente, imediatamente corrigiu a teologia dos discípulos, dizendo- -lhes: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (v. 7). De repente, todos desapareceram, restando com eles somente a Jesus (v. 8).
A espiritualidade sadia é cristocêntrica (Cl 1.18). Sendo Filho de Deus, Cristo é maior que Moisés e Elias (Lc 24.25-27; Hb 1.1-3). Essas mesmas e amorosas palavras do Pai também serviram para revigorar o coração do Filho a fim de que cumprisse cabalmente a etapa mais difícil de sua missão: sofrer e morrer em resgate por muitos (Mc 10.45). De toda forma, a trilha rumo à cruz não impediu a manifestação da glória de Deus. Em verdade, eis aí o segredo revelado: é o caminho do sofrimento que conduz à glória (Fp 2.5-11).
II- O PODER DA FÉ GENUÍNA (Mc 9.9-32)
1- Correção teológica (Mc 9.11) E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas ser necessário que Elias venha primeiro?
Devido às suas pressuposições culturais, os discípulos enfrentaram dificuldades para entender o que havia acontecido no monte da transfiguração, haja vista presumirem que os justos ressuscitariam simultaneamente (Dn 12.2) e o próprio Elias viria no fim dos tempos para preparar a vinda do Senhor (Ml 3.1 e 4.5).
Agora, é o Filho quem promove oportunas correções teológicas. Para tanto, esclarece que Elias já veio (v. 13), sendo que seu papel fora cumprido em João Batista (Mt 17.11-13; Mc 1.2-7; Lc 1.17). Mas se Elias deveria voltar nos últimos dias, porque era necessário que o Filho do Homem morresse? Afinal, pressupunham que o Messias viria como rei conquistador e vitorioso (Jo 6.14-15).
O fato é que essa concepção negligenciava a incontornável doutrina do sofrimento e morte do Servo (Sl 22; Is 53). Tal fé era equivocada. Logo, ineficaz em poder.
2- Reação demoníaca (Mc 9.17) E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um espírito mudo.
A vigorosa dinamicidade da narrativa de Marcos segue nos surpreendendo: no mesmo dia, os discípulos vão da glória do “alto monte” para a mais imunda ação satânica. Partem de uma grandiosa experiência espiritual para um surpreendente relato de fracasso ministerial.
A vida cristã é mesmo uma “terra de montes e de vales” (Dt 11.11). Desta feita, um demônio que tentava matar um jovem desde sua infância (v. 21) o havia transformado em surdo e mudo (v. 25). Embora tivessem tentado, os discípulos de Jesus haviam falhado na tentativa de expeli-lo (v. 18).
Debate lançado: o fracasso dos seguidores colocava em dúvida o ministério do Mestre (v. 14; Mc 6.7).
Física e emocionalmente esgotado, o pai do rapaz, desesperado e banhado em lágrimas, não hesitou em confessar ao Servo sua humildade espiritual: “Ajuda-me na minha falta de fé!” (v. 24). Jesus não despreza o clamor de quem lhe deposita toda a confiança: expulsou o demônio e restaurou o menino a seu pai (v. 25-27). Embora pequena, tal fé era genuína e, por conseguinte, eficaz em poder (Mc 4.30-32).
3- Disciplina espiritual (Mc 9.24) E imediatamente o pai do menino exclamou [com lágrimas]: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé! Marcos continua a narrar sobre fé.
Por que os discípulos tiveram insucesso na expulsão daquele demônio? Porque negligenciaram algum aspecto da vida com Deus. Afinal, conforme o ensino de Jesus, fé madura envolve persistente disciplina espiritual, em especial a prática da oração e do jejum (v. 29). No âmago de todo pecado há uma recusa em crer nas verdades de Deus, trocando-as por mentiras (Rm 1.25).
A humildade desse pai deve nos inspirar a nunca nos estribar em nossas próprias forças, mas sempre confiar inteiramente no Senhor Jesus (Jr 17.5-7).
O fracasso em nossa caminhada cristã aponta para a necessidade de buscarmos mais a Deus através da oração e do jejum (Dn 9.3; Jl 2.12). Descortinado mais um segredo: fé genuína e disciplina espiritual geram grande poder na batalha contra o mal (Ef 6.10-18). Incrivelmente, porém, àquela altura, mesmo os discípulos ainda nutriam dúvidas a respeito de elementos básicos dessa fé poderosa (v. 30-32).
III- O SERVIÇO LEVA À HONRA (Mc 9.33-50)
1- Vaidade e ambição (Mc 9.33) Tendo eles partido para Cafarnaum, estando ele em casa, interrogou os discípulos: De que é que discorríeis pelo caminho?
Jesus promove uma conversa a sós com seus discípulos (v. 33). Pergunta sobre o que haviam discorrido pelo caminho a Cafarnaum, recebendo como resposta um silêncio constrangedor.
Sabendo que Jesus era um exímio leitor de corações (Mc 2.6-8), logo perceberam que o Servo sabia que andaram discutindo entre si sobre quem era o maior (v. 34).
Não fazia muito que Jesus expusera a necessidade de seu sofrimento e morte em favor de pecadores (v. 31; Mc 8.31). Todavia, os corações dos discípulos engajaram-se em trilha oposta, mergulhados em um espantoso jogo de vaidade e ambição. Procuremos ser servos humildes e deixemos as grandezas nas mãos de Deus (Ap 4.9-11).
2- Humildade e tolerância (Mc 9.35) E ele, assentando-se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos.
Para corrigir esses corações egoístas, Jesus ensinou que aquele que se esforça em servir aos outros é o maior aos olhos de Deus (v. 35). Para o mundo, grande é aquele que é servido e exerce poder sobre outros.
Porém, no Reino de Deus, grande é aquele que serve e considera os outros superiores a si mesmo (Fp 2.3). O verdadeiro líder tem coração de servo (Lc 22.26-27).
Em seguida, tomou uma criança em seus braços e disse: “Qualquer que receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe; e qualquer um que a mim me receber, não recebe a mim, mas ao que me enviou” (v. 37). Ora, naquela época, crianças não eram vistas como inocentes e puras, mas, sim, como fracas e inferiores.
Acolher os mais frágeis e esquecidos da sociedade é o caminho para o reconhecimento divino (Mt 25.34-40; Tg 1.27). João ainda tentou defender os discípulos, apontando para seu zelo (v. 38), porém, sem êxito (v. 39).
Jesus aproveita para liberar mais um esplêndido segredo espiritual: “… quem não é contra nós, é por nós” (v. 40). De fato, o Reino de Deus é maior que nossa experiência dele. Por isso, sejamos tolerantes e também honremos aqueles que servem a Cristo fora do nosso grupo ou de modo diferente daquele com o qual estamos acostumados.
Se Cristo estiver sendo pregado, então, alegremo-nos (Fp 1.18)! Como já foi dito: “nas questões essenciais, a unidade; nas periféricas, liberdade; em todas as coisas, o amor.”
3- Renúncia e santidade (Mc 9.43) E, se tua mão te faz tropeçar, corta- -a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível.
Jesus, por fim, ensina que o Reino de Deus exige renúncia completa de tudo aquilo que nos afasta da santidade e determinação radical para fazer morrer a nossa natureza terrena (Cl 3.5), ainda que o custo dessa renúncia seja altíssimo – em linguagem metafórica e com propósitos pedagógicos, o Mestre valeu-se de três figuras expressivas do corpo humano: mãos, pés e olhos (v. 43-47).
Verdadeiramente, o ato de seguir a Jesus não pode ser motivado pelo simples desejo de conquistar realizações pessoais. O discipulado é difícil e demanda uma vida de sacrifícios (Mc 8.34-38). Há uma guerra em curso (Ef 6.10-12).
Portanto, cicatrizes são inevitáveis para o cristão verdadeiro (Gl 6.17). Ceder à tentação e viver em pecado nos conduzirá a algo bem pior: o inferno, “onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (v. 47-48).
A promessa é esta: humilhemo-nos sob a poderosa mão de Deus e, em tempo oportuno, ele nos exaltará (1Pe 5.6). Serviço abnegado conduz à honra (v. 41).
APLICAÇÃO PESSOAL
Uma vida de amor incondicional a Cristo e rejeição firme ao pecado nos levará a atender às necessidades dos outros sem esperar por recompensas terrenas. O coração do cristão verdadeiro não anela satisfação própria, mas a glória de Deus.
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