Marcos 5: A Autoridade do Servo
4° Trimestre De 2022 | EBD – Revista PECC
TEXTO ÁUREO
“E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.” Mc 5.34
LEITURA BIBLICA PARA ESTUDO
Marcos 5.21-43
VERDADE PRÁTICA
Jesus triunfa frente a qualquer inimigo. Mesmo a morte não tem poder para detê-lo.
INTRODUÇÃO
I- AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS Mc 5.1-20
1– A ação de Satanás Mc 5.5
2– A ação da sociedade Mc 5.3
3– A ação de Jesus Mc 5.19
II- AUTORIDADE SOBRE AS DOENÇAS Mc 5.21-34
1– A condição da mulher Mc 5.26
2– A fé da mulher Mc 5.28
3– A cura da mulher Mc 5.29
III- AUTORIDADE SOBRE A MORTE Mc 5.35-43
1- Contraste entre situações Mc 5.24
2– Continue crendo Mc 5.36
3– A força do amor Mc 5.41
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Marcos 5.8
Terça – Marcos 5.14
Quarta – Marcos 5.20
Quinta – Marcos 5.23
Sexta – Marcos 5.30
Sábado – Marcos 5.34
Hinos da Harpa: 116 – 65
INTRODUÇÃO
Jesus já havia demonstrado sua autoridade sobre a natureza (Mc 4.35-41). Agora, na sequência, Marcos aprofunda o assunto, registrando a eficácia da autoridade do Servo de Deus sobre demônios, doenças e, por fim, sobre a própria morte.
I- AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS (Mc 5.1-20)
Nessa cena, Warren Wiersbe vê três forças diferentes em ação: Satanás, a sociedade e Jesus.
1- A ação de Satanás (Mc 5.5) Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras.
Após vencer uma terrível tempestade ao longo da travessia (Mc 4.35-41), Jesus chega ao lado leste do mar da Galileia, terra de gentios. Mas a oposição satânica é impiedosa: outra “tempestade” o aguarda. Desta feita, a fúria advirá de uma multidão de demônios. De fato, Marcos relata com detalhes o horripilante resultado da ação do mal na vida humana: alijado de sua família e da sociedade, totalmente desprovido de dignidade, aquele homem vivia como uma besta fera enlouquecida: perambulava dia e noite pelos sepulcros e montes, ferindo- -se com pedras e emitindo gritos infernais (v. 3-5). O propósito do diabo será sempre roubar, matar e destruir (Jo 10.10), ou seja, implantar em nossas vidas caos, dor, tristeza e indignidade.
2- A ação da sociedade (Mc 5.3) O qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo.
Tudo o que a sociedade poderia fazer por aquele homem possesso de demônios foi feito, mas sem resultados. As diversas tentativas de controlá-lo foram todas frustradas. Sua força era descomunal, espalhando terror e medo, de maneira que ninguém podia subjugá-lo (v. 3-5). Cadeias e grilhões eram-lhe como fios de algodão: despedaçavam-se com facilidade. A única opção foi abandoná-lo em sua triste condição degradante. A Força humana não tem poder para libertar almas aprisionadas por Satanás. Aqui, qualquer esforço, ainda que movido pela melhor das intenções, tocará apenas o superficial. Nesse campo, ouro e prata nada podem fazer. Somente Jesus é capaz de libertar o oprimido e tratar a verdadeira fonte do problema humano (At 3.6; Jo 8.36).
3- A ação de Jesus (Mc 5.19) Jesus, porém, não lhe permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.
A simples presença de Jesus anula toda a agressividade do possesso: ao invés de violência, rendição (v. 6-7). A inegável verdade, infelizmente recusada por muitos ainda hoje, é objeto de pública confissão até entre os espíritos imundos (Tg 2.19). Jesus aproveita o momento para fazer revelações profundas. “Qual é o teu nome?” A resposta é surpreendente: “Legião é o meu nome, porque somos muitos” (v. 8). Ora, legião designava a maior unidade de tropas do exército romano: cerca de seis mil soldados. Tratava-se da mais poderosa e destrutiva arma de guerra da antiguidade. O diabo age sem dó nem piedade e, se puder, com o máximo de sua força (Mt 12.45).
O curioso atendimento ao pedido dos espíritos impuros — de serem transferidos a uma manada de porcos — objetiva ofertar -nos mais uma importante revelação: não apenas o interior do homem possesso estava em desordem, mas também o coração de toda aquela comunidade. Afinal, mesmo diante da libertação miraculosa do outrora possesso, então visto em perfeito juízo e sentado aos pés de Jesus (v. 15), a população deu mais atenção para o prejuízo econômico advindo da perda dos animais que para a glória de Deus (v. 17). Inversão de valores também é sinal de desordem espiritual (Mt 6.33). Apesar da forte resistência maligna, Jesus não mediu esforços para chegar até aquela terra, quebrar o poder do inimigo e ali implantar um missionário (v. 19-20; Lc 8.39).
II- AUTORIDADE SOBRE AS DOENÇAS (Mc 5.21-34)
1- A condição da mulher (Mc 5.26) E muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior.
Outro cenário caótico irá testar a autoridade de Jesus. Agora, o Senhor é procurado por uma pessoa culturalmente desvalorizada (mulher), fisicamente debilitada (doente), economicamente arrasada (falida), emocionalmente frágil (frustrada), espiritualmente desfavorecida (impura) e socialmente rejeitada (abandonada). Foram doze anos de uma terrível hemorragia, cujo tratamento arruinou suas finanças e destruiu sua autoestima, agravando ainda mais sua situação (v. 25-26). A problemática com o sangue lhe impôs também o afastamento de sua família e comunidade, porque considerada impura segundo a Lei Mosaica (Lv 15.25-27). Deplorável situação a dessa mulher: sequer seu nome é revelado
2- A fé da mulher (Mc 5.28) Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada.
Nada obstante a tragédia que vivia, essa mulher possuía algo especial: fé em Jesus (v. 27). Porém, para conquistar sua bênção, ela deveria romper a enorme multidão e conquistar a atenção de Jesus, que, na ocasião, estava inteiramente compromissado com a cura da filha de um homem influente da região (v. 22-24). Ora, em si, essa já era uma missão impossível, especialmente quando atentamos para a dificuldade de sua execução, que implicava grande esforço físico (apesar da debilidade decorrente da hemorragia), disposição psicológica elogiável (apesar do histórico de frustrações de tentativas de cura) e uma coragem diferenciada (além de tocar no próprio Jesus, inevitavelmente também tocaria nas pessoas da multidão). A solução? Simples e audaciosa: em um último e desesperado esforço físico emocional, a ideia era assumir todos os riscos, invadir a multidão, ganhar espaço pouco a pouco e, por trás, discretamente, apenas tocar nas vestes de Jesus (v. 28).
3- A cura da mulher (Mc 5.29) E logo se lhe estancou a hemorragia e sentiu no corpo estar curada de seu flagelo.
Contrariando a todas as expectativas, a mulher do fluxo de sangue consegue cumprir à risca o seu plano e, ao tocar nas vestes de Jesus, recebe cura imediata (v. 29). Há um nítido contraste entre o poder de cura dos médicos que se debruçaram atentamente sobre o seu caso (sabedoria humana – v. 26) e o poder de Jesus, involuntariamente acionado. Expectativas religiosas de então também caem por terra: ao invés do toque da mulher transmitir impureza a Jesus, um incrível poder curativo foi transmitido de Jesus para ela. “Quem me tocou nas vestes?” (v. 30). Impressiona a sensibilidade de Jesus: ora, em meio à caminhada, inúmeras pessoas o comprimiam (v. 24).
Todavia, ainda assim é capaz de perceber os que lhe tocam diferente, porque movidos por espírito quebrantado e coração contrito (Sl 51.17). Mas a cura física foi só o início de um processo mais profundo: aquela mulher – outrora doente, frustrada, abandonada e desvalorizada – libertou-se de seu mal, ganhou um testemunho poderoso, desenvolveu uma fé preciosa e ainda foi explicitamente acolhida na família de Deus (v. 34). Cura completa: física, emocional, social e espiritual.
III- AUTORIDADE SOBRE A MORTE (Mc 5.35-43)
1- Contraste entre situações (Mc 5.24) Jesus foi com ele.
Contrastes dramáticos marcam Jairo e a mulher do fluxo de sangue. Ao contrário desta, Jairo detém grande prestígio social e religioso, com acesso direto a Jesus (v. 22). Ademais, ao invés dos doze anos de tristeza da mulher com hemorragia, Jairo vivenciara doze anos de alegria com sua filhinha, cuja vida agora estava por um fio por conta de uma terrível doença (v. 23 e 42). Não bastasse, Jesus acatou suas súplicas públicas e aceitou ir até sua casa para curar a criança (v. 23-24), ao passo que a mulher anelou apenas um discreto toque na roupa do Servo. Todavia, apesar dessas vantagens pessoais e circunstanciais, Jairo precisou gerir com paciência suas emoções: enquanto sua filha sucumbia, ele teve de assistir a todo o profundo processo de cura da mulher anônima. O propósito? Jairo buscava simples cura, mas Jesus preparava algo maior: ressurreição. Era a vez da morte se sujeitar à sua autoridade.
2- Continue crendo (Mc 5.36) Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente.
Jairo seria testado em sua fé com mais um doloroso conjunto de contrastes. De saída, à alegria pela cura da mulher com hemorragia se seguiu a tristeza pela notícia da morte de sua filha (v. 35). O tempo havia se esgotado… Jesus foi negligente? Sua autoridade havia encontrado limites? O Servo de Deus não perde tempo: olha nos olhos de Jairo e declara, com firmeza: “Não temas, crê somente” (v. 36). Ou seja: “Estou no controle de tudo, Jairo. Permaneça firme na sua fé. Confie em mim!”. Verdadeiramente, somos chamados a viver pela fé. Retoma-se a marcha rumo à sua casa. Porém, quanto mais próximo do destino, mais evidente fica que sua filha estava mesmo morta: desespero e pranto era tudo o que se via (v. 38). Mas, de novo, Jesus ousa contrariar todos e, pacientemente, insiste: “A criança apenas dorme” (v. 39). Os presentes debocham (v. 40).
3- A força do amor (Mc 5.41) Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te!
Jesus mantém no local apenas aqueles movidos por amor incondicional: os pais da criança e aqueles que abandonaram tudo para o acompanhar (v. 40). O Servo enfim entra no cômodo onde estava a menina. O embate atinge seu ápice: vida e morte estão frente a frente. Quem será o mais forte? Esperava-se talvez um estrondoso embate cósmico. Gritos? Relâmpagos? Terra tremendo? Nada disso. Para vencer o último inimigo (1Co 15.26), Jesus se vale apenas da sutileza do Seu amor e poder. Tomando-lhe pela mão, calmamente diz à criança: “Menina, levanta-te!” (v. 41). Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar (v. 42). Eis a arma com que Jesus vence a morte: a força do Seu eterno amor e soberano poder. O capítulo 5 de Marcos aponta para o triunfo da fé em Jesus e a consequente subjugação do diabo, das doenças e mesmo da morte.
APLICAÇÃO PESSOAL
Devemos ser corajosos e abundantes na obra do Senhor. A plena autoridade de Jesus nos céus e na terra é garantia de vitória para todo aquele que Nele confia.
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