A GRANDE TRIBULAÇÃO
Lucas 21.28-31; 1 Tessalonicenses 5.1-4,9; Mt 24.21.
INTRODUÇÃO
Na sequência dos eventos escatológicos, enquanto a Igreja arrebatada e ressuscitadaestá no céu (nos ares) com Cristo, inicia-se um novo e terrível período naTerra,
identificado na linguagem bíblica como a Grande Tribulação. Esse períodoseráprecedidopor vários sinais reconhecidos pelos que lêem e estudam as profecias bíblicas.Osjuízosde Deus sobre o mundo no período da Grande Tribulação serão inevitáveis porqueaPalavra de Deus os revela e a Igreja se fortalece na esperança de que nãopassaráporesse período. Em Lucas 21.28 Jesus está referindo-se aos sinais que precederãoaSuavinda. Com esta palavra e a dos versículos seguintes, Ele tinha por objetivoalertar opovosobre a Sua iminente vinda. Já estamos nos últimos momentos da Igreja deCristonaTerra, e Deus colocou esta tarefa em nossas mãos: alertar os possíveis crentesdespercebidos. Veremos as profecias bíblicas que falam de uma tribulaçãoespecíficaque há de vir sobre o mundo nos últimos tempos. Uma tribulação como nuncahouvenaTerra, cujo propósito em primeiro plano é Israel. Mas as nações gentílicas terãooseujuízo. Alertar cada crente sobre a chegada da Grande Tribulação, e os juízosdeDeusquesobrevirão àqueles que estiverem despercebidos é uma tarefa urgente.
I. O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO
1. O sentido da palavra “tribulação” na Bíblia. Na língua grega do Novo Testamento,
tribulação aparece como thilipsis que significa “colocar uma carga sobre oespíritodaspessoas”. Na tradução Vulgata Latina, a palavra é tribulum e se refere a umaespéciedegrade para debulhar o trigo. Ou seja: instrumento que o lavrador usa paraseparar otrigoda sua palha. A idéia figurada, aqui, é a de afligir, pressionar. Analisada à luz do contexto bíblico, a palavra pode referir-se tão-somenteaumtipodepressão, aflição ou angústia que se passa na vida cotidiana. Outras vezes, temosentidoescatológico. 2. O sentido da expressão Grande Tribulação. A expressão é essencialmenteescatológica.No Antigo Testamento é identificada por outros nomes tais como “o dia doSenhor”(Sf1.14-18; Zc 14.1-4); “a angústia de Jacó” (Jr 30.7); “a grande angústia” (Dn12.1);“odia da vingança” (Is 63.1-4); “o dia da ira de nosso Deus”. No Novo Testamento, aexpressão ganha maior sentido com o próprio Senhor Jesus ao identificar aqueletempocomo período de “grande aflição” (Mt 24.21), depois em Ap 7.14, como GrandeTribulação. 3. Estará a Igreja na Grande Tribulação? Existem duas linhas de entendimentoacercadesse assunto: uma acredita que a Igreja não estará no primeiro período daGrandeTribulação; outra afirma que a Igreja sofrerá no primeiro período da GrandeTribulação.Ospartidários do arrebatamento da Igreja depois da Grande Tribulação insistemqueosrigores da tribulação são exclusivamente para Israel. Porém, entendemos queoarrebatamento dos santos em Cristo se dará, nem na metade nemdepois datribulação,mas exatamente antes dela, para livrar a Igreja desse inigualável tempo desofrimento(1Ts 1.10; 3.10).
Podemos perceber que os juízos catastróficos de Deus sobre Israel e o mundonaquelesdias só terão início depois que a Igreja for retirada da Terra. Até o capítulo5deApocalipse se fala da Igreja, mas no capítulo 6, quando se iniciamos juízos, aIgrejanãomais aparece, senão no capítulo 19. Os partidários da idéia de que a Igreja estará na primeira metade da GrandeTribulaçãoconfundem essa metade, que será de uma falsa paz negociada entre Israel eoAnticristo(Dn 9.27). Não cremos que a Igreja necessite da paz do Anticristo bemcomonãopodemos interpretar o cavaleiro do cavalo branco de Ap 6.2 como sendo Cristo, umavezque na seqüência do texto os outros cavalos e seus cavaleiros são demonstraçõesdosjuízos divinos (Ap 6.2-8).
II. PROPÓSITOS DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Dois principais propósitos se destacam: o primeiro é levar Israel a receber oseuMessias;e o segundo é trazer juízo sobre todo o mundo, especialmente, sobre as naçõesincrédulas. 1. Levar Israel a receber o Messias. O profeta Jeremias profetizou que essetemposeriaidentificado como “o tempo da angústia de Jacó” (Jr 30.7). Revela que seráumtempoespecialmente para os filhos de Jacó, isto é, Israel. Todos os eventos desseperíodosãoindicados na Bíblia, como “o povo de Daniel”, “a fuga no sábado”, “o temploeolugarsanto”, “o santuário”, “o sacrifício”, e outras mais. São expressões típicas daexperiênciapolítica e religiosa de Israel. Portanto, antes de qualquer outra coisa, esseperíodoéespecialmente para o povo judeu. Dessa forma, o propósito de Deus para com Israel na tribulação é o de trazer conversãoaesse povo, porque parte dele se converterá e entrará com o Messias no reinomilenar(Ml4.5,6). Quando o Messias surgir, não só os judeus povoarão a Terra, mas uma multidãodegentios se converterá pela pregação do remanescente judeu (Mt 25.31-46; Ap7.9), eentrará no reino milenar de Cristo. 2. Trazer juízo sobre o mundo. Ap 3.10 revela esse propósito quando falaaigrejadeFiladélfia: “também eu te guardarei da hora da angústia que há de vir sobreomundointeiro”. A mensagem é para a Igreja e dá a garantia de que será guardadadaqueletempo.Mais uma vez compreende-se que a Igreja não passará pela Grande Tribulação. Entendemos que esse período alcançará a todas as nações da Terra (Jr 25.32,33; Is26.21; 2Ts 2.11,12), e Deus estará julgando-as por sua impiedade. Diz a Bíbliaqueasnações da Terra terão sido enganadas pelo ensino da grande meretriz religiosa, chamadaBabilônia (Ap 14.8), e seguido ao Falso Profeta na adoração a Besta (Ap 13.11-18). Essesjuízos virão para purificar a Terra e, quando o Messias assumir o comandomundial degoverno, haverá paz e justiça.
III. O TEMPO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Não há texto bíblico mais explícito quanto ao tempo da Grande Tribulaçãodoqueaprofecia de Daniel 9.24-27 acerca das setenta semanas determinadas por Deusparaamanifestação dos juízos de Deus sobre Israel e sobre o mundo. 1. O que são as setenta semanas. A identificação começa comDn 9.24: “Setentasemanas estão determinadas”. A palavra semana interpreta-se como semanadedias.Onúmero sete indica a quantidade de dias da referida semana. Porém, a palavradiainterpreta-se como ano. Cada dia equivale a um ano e, sete dias multiplicadospor setenta(70 x 7) dá o total de 490 anos. 2. Os três períodos das 70 semanas. O primeiro período de sete semanas, equivalentea49 anos, teve o seu início no reinado de Artaxerxes através de Neemias, copeiro-mor(Ne2.1,5,8), quando pediu ao rei para voltar à sua terra e reedificar a cidade eosseusmuros.Ocorreu em 445 a.C. quando foi dada a ordem “para restaurar e reedificar Jerusalém”(Dn9.25). *O segundo período de 62 semanas, equivalente a 434 anos, refere-se aotempodofimdo Antigo Testamento até a chegada do Ungido, o Messias. Nesse período, oUngidoseria rejeitado e ultrajado pelo seu povo, e morto (Dn 9.26). Cumpriu-se essesegundoperíodo até o ano 32 d.C, quando Cristo, o Ungido, foi rejeitado e morto pelosjudeus.Atéentão, 69 semanas (ou 483 anos) se cumpriram. *O terceiro período abrange “uma semana” (7 anos) conforme está no textodeDn9.27.Misteriosamente, acontece um intervalo profético na seqüência natural das 70semanasidentificado como os tempos dos gentios (o nosso tempo), no qual se destaca, especialmente, a Igreja constituída de um povo remido por Jesus e que estáemevidênciaaté o seu arrebatamento para o céu. Terá início, em seguida, a última semana, a70ª.3. A última semana profética. No texto de Dn 9.26 surge “um povo e umpríncipe” quevirão para assolar e destruir Israel sob “as asas das abominações”. Esse príncipenãoéoutro senão “o assolador”, o “Anticristo”, “o homem do pecado” e “o príncipequehádevir”(Dn 9.26). Ele fará uma aliança com Israel “por uma semana” (Dn 9.27). Virácomastúciae inteligência. Sua capacidade de persuasão será enorme e, na aliança quefarácomIsrael, não terá a plena aprovação desse povo. Sua tentativa será a de restabelecerapaz,sobretudo no Oriente Médio oferecendo um tratado. O mundo todo o honraráeoadmiraránaqueles dias. Ele se levantará de uma força política mundial, uma confederaçãoeuropéia,que, na linguagem figurada da profecia, aparece como “um chifre pequeno” quesurgedomeio de “dez chifres” do “animal terrível e espantoso”, conforme Dn 7.8. Esse“animal
terrível e espantoso” pode ser identificado como o sistema europeu, equivalenteaoantigoImpério Romano. Num breve espaço, “metade da semana” (três anos e meio), esse líder alcançaráoapogeu do seu domínio mundial e então haverá uma falsa paz. Nesse momentosedaráorompimento da aliança com Israel. O príncipe, embriagado pelo poder político, entraráemIsrael e então se iniciará “a grande angústia de Israel” (2Ts 2.4; Ap 13.8-15), aGrandeTribulação. CONCLUSÃO
A Grande Tribulação não se destina à Igreja de Cristo e, sim, para o povodeIsrael eomundo gentio. Todos os juízos de Deus profetizados terão o seu cumprimento. Ninguémsabe quando se dará o arrebatamento da Igreja findando o parêntese proféticoentrea69ª semana e 70ª. Não sabemos o dia da volta do Senhor, mas sabemos queéanossamissão principal — pregar o Evangelho e dar testemunho de Cristo diantedoshomens.
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